Iniciamos um novo tempo litúrgico! Todo o ano litúrgico da Igreja é importante para tornar presente em nossa história a salvação dada por Deus gratuitamente. Mas, existem tempos que nos convidam particularmente a concentrar-se naquilo que é mais importante. O Advento abre o ciclo do Natal e tem essa característica. É um tempo “forte” que a Igreja nos ajuda a focar no que realmente é essencial para a nossa vida de fé. Nós, seres humanos, não aderimos aos valores fundamentais da fé cristã por inércia, precisamos então de momentos como esse para rever nossa caminhada de fé e nosso testemunho. Neste sentido, estamos preparando o Natal do Senhor! É um tempo de espera pela chegada de Jesus em vista da recriação da humanidade.
No Natal, Deus se revela de modo desconcertante: ele é criança! E na condição de criança revela que confia e conta com o ser humano para a realização da salvação. Todo ser humano precisa de cuidado para viver, especialmente uma criança. Deus ao se aproximar de nós em uma criança, revela que confia em nós, pois, se coloca nos braços de duas humildes pessoas: Maria e José! Então, é assim o Natal… Deus não cansa de confiar em nós apesar das nossas fragilidades, seu amor é tão grande que ele se faz criança podendo ser acolhida ou rejeitada por nós.
É nessa criança que necessita de cuidados que vemos de maneira nova como Deus concebe e se relaciona com a humanidade. Uma criança não amedronta, não condena! Deus não veio armado para vigiar e punir! Ele está conosco, na fragilidade de uma criança, para ficar para sempre conosco! Frágil é nosso Deus, sem limites é o seu amor! Ele não temeu nossa fragilidade! Talvez estejamos tão cansados de ouvir “o Verbo se fez carne”, que nem pensamos sobre o que isto realmente significa e a diferença que deveria fazer para a nossa relação com Deus. Agora, é possível compreender porque a experiência da fé é humanizadora. Deus se fez criança, não para que nós nos tornássemos divinos, mas para que nós nos tornássemos profunda e autenticamente humanos sendo como Ele se revelou na manjedoura de forma desconcertante! É advento de Deus! É advento de uma nova humanidade!
Texto: Wellington da Silva de Barros