A Festa de Corpus Christi surgiu em Liége, Bélgica, no século XII: um Movimento Eucarístico na Abadia de Cornillon fundada em 1124 pelo Bispo Albero de Liege. É a celebração em que solenemente a Igreja comemora o Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às nossas ruas.
Como tudo começou?
Santa Juliana de Monte Cornillon, (ou Irmã Juliana de Liége) naquela época superiora da Abadia, foi a enviada de Deus para propiciar esta maravilhosa Festa de Corpus Christi. Santa Juliana de Liege sempre teve uma grande veneração ao Santíssimo Sacramento. E esperava que tivesse uma festa especial em sua honra. Este desejo se intensificou por uma visão que teve da Igreja sob a aparência de lua cheia com uma mancha negra, que significada a ausência dessa solenidade.
Juliana comunicou estas aparições ao bispo de Liege, também ao doutor Dominico Hugh, mais tarde cardeal legado dos Países Baixos e Jacques Pantaleon, nessa época arquidiácono de Liege, mais tarde o Papa Urbano IV. O Papa Urbano IV, tinha a corte em Orvieto, um pouco ao norte de Roma. Perto desta localidade está Bolsena, onde em 1264 aconteceu o Milagre de Bolsena: um sacerdote que celebrava a Santa Missa teve dúvidas de que a Consagração fosse algo real, no momento de partir a Hóstia, viu sair dela sangue do qual foi se empapando o corporal. A venerada relíquia foi levada em procissão a Orvieto em 19 junho de 1264. Hoje se conservam os corporais onde se apoia o cálice e a patena durante a Missa em Orvieto, e também se pode ver a pedra do altar em Bolsena, manchada de sangue.
O Santo Padre movido pelo prodígio, e a petição de vários bispos, faz com que se estenda a festa do Corpus Christi a toda a Igreja por meio da bula “Transiturus” de 8 setembro do mesmo ano, fixando-a para a quinta-feira depois da oitava de Pentecostes e outorgando muitas indulgências a todos que assistirem a Santa Missa e o ofício. A morte do Papa Urbano IV (em 2 de outubro de 1264), um pouco depois da publicação do decreto, prejudicou a difusão da festa. Mas o seguinte Papa Clemente V tomou o assunto em suas mãos e, no Concílio Geral de Viena (1311), ordenou mais uma vez a adoção desta festa. Em 1317 é promulgada uma recopilação de leis, por João XXII, e assim a festa é estendida a toda a Igreja.
Após a Missa de Corpus Christi se faz a Procissão Eucarística. Estas procissões foram dotadas de indulgências pelos Papas Martinho V e Eugênio IV, e se fizeram bastante comuns a partir do século XIV. Com toda a honra possível ao Rei Jesus. Finalmente, o Concílio de Trento (em 1.500) declara que:…seja celebrado este excelso e venerável sacramento com singular veneração e solenidade; e reverente e honradamente seja levado em procissão pelas ruas e lugares públicos. Assim nasceu esta maravilhosa Solenidade de Corpus Christi.
A festa de Sim-chat Torah
Simchat Torá é uma festa muito alegre – uma das datas mais felizes do calendário judaico – na qual se canta e dança com os Sifrei Torá – os rolos da Torá. Os rolos da Torá são retirados da Arca Sagrada e os membros da congregação dançam com eles ao redor da Bimá – o púlpito elevado na sinagoga onde é lida a Torá. Em Sim-chat Torá, é costume em algumas comunidades até dançam com os rolos da Torá nas ruas. Nesse dia, é comum a sinagoga se encher de jovens e crianças, todos desejosos de celebrar e dançar com a Torá. A comemoração de Sim-chat Torá teve início durante o exílio na Babilônia, após a destruição do Primeiro Templo, em Jerusalém. Antes de começar a “dança” (Hakafot), um conjunto de dezessete versículos, chamado Atá Há’raita, é cantado três vezes. Tradicionalmente, membros da congregação são homenageados liderando a congregação na recitação desses versículos.
Texto: Diácono Luciano José Dias