Foi lançada na reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na terça-feira, 19 de setembro, a tradução brasileira da terceira edição típica do Missal Romano, segundo livro litúrgico mais importante na liturgia da Igreja depois do Evangeliário. O lançamento foi transmitido pela Rede de Vida de televisão e redes sociais da CNBB e Edições CNBB.
Organizada pela Assessoria de Comunicação, Edições CNBB e Comissão Episcopal para a Liturgia, a cerimônia contou com a participação do Núncio Apostólico do Brasil, dom Giambattista Diquattro, do arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, do bispo auxiliar de Brasília, secretário-geral e presidente da Edições CNBB, dom Ricardo Hoepers e do presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB, o bispo de Bonfim (BA), dom Hernaldo Pinto Farias.
O presidente da CNBB definiu o lançamento da terceira edição típica do Missal Romano como um “marco histórico” da caminhada da Conferência dos bispos e da Igreja no Brasil. “Devemos e precisamos reconhecer o imenso trabalho desenvolvido ao longo de quase duas décadas para que esta nova tradução do Missal se tornasse realidade”, disse.
O presidente da CNBB agradeceu o trabalho da Comissão de Tradução dos Textos Litúrgicos (Cetel), com destaque ao arcebispo emérito de Mariana (MG), dom Geraldo Lyrio, falecido dia 26 de julho deste ano. Agradeceu também o empenho da equipe da Edições CNBB na cuidadosa edição da publicação. “A Igreja que reza, a Igreja orante se inspira no passado, se expressa no presente e olha para o futuro. A liturgia antes de um raciocinar é um ser, antes de um fazer é um crer e viver”, disse.
Percurso da reforma conciliar
O Núncio Apostólico do Brasil, dom Giambattista Diquattro, enalteceu o fato de a CNBB lançar a tradução da terceira edição típica do Missal após os 50 anos da primeira publicação do Missal Romano por Paulo VI.
O representante do Papa Francisco destacou que o resultado do trabalho reflete a orientação traçada pelo Concílio Vaticano II sem deixar de respeitar a tradição e o legítimo progresso nos livros litúrgicos. “Esta edição representa, portanto, a última etapa no caminho da Igreja fiel ao percurso traçado pela reforma conciliar”, disse.
Durante a cerimônia, foi apresentado, em um vídeo, o passo a passo da tradução, processo que levou 19 anos de trabalho. A jornada começou após a promulgação, em 2002, pelo Papa João Paulo II, da nova edição típica. Desde então, foram anos de intenso trabalho de tradução, revisão e aprovação do conteúdo do Missal, coordenados pela Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel). A terceira edição típica do Missal Romano foi aprovada pelos bispos na 59ª Assembleia Geral da CNBB e encaminhada ao Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em dezembro de 2022. A confirmação da Santa Sé foi publicada no dia 17 de março deste ano.
Beleza da liturgia e dos ritos da Igreja Católica
O presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB, o bispo de Bonfim (BA), dom Hernaldo Pinto Farias fez referência aos colaboradores e peritos da tradução, fruto de um trabalho que definiu como verdadeiramente sinodal. “Foi muito importante a revisão da tradução do missal para fazer aparecer na liturgia a riqueza teológico-litúrgica. Neste Missal, encontraremos o que é a celebração eucarística, sacramento maior da vida da Igreja”, disse.
O bispo, que também foi membro da Cetel, disse que a tradução respeitou a tradição cristã da Igreja uma vez que cuidou de textos das orações que são do primeiro século da Era Cristã e carregam uma teologia da Eucarístia e também uma atitude de obediência à Igreja, o que requer uma formação litúrgica para superar intervenções arbitrárias que podem ser cometidas na liturgia.
“Esse Missal, portanto, é fruto das decisões do Concílio Vaticano II sob as autoridades dos Papa Paulo VI e João Paulo II. É a única Lex Orandi do Rito Romano. Devemos tocá-lo, meditá-lo e assimilá-lo para não ficarmos apenas atentos às novidades e mudanças, mas sobretudo para saborearmos a beleza da liturgia e recuperarmos nosso encanto para com os ritos da Igreja Católica”, disse.
O secretário-geral e presidente da Edições CNBB, dom Ricardo Hoepers, apresentou durante a cerimônia dados mais técnicos e curiosidades sobre a edição do Missal Romano à qual classificou como “primorosa”. Dom Ricardo enfatizou ainda a estratégia e o processo logístico pensando para fazer o missal chegar a todas as dioceses do Brasil até o dia 3 de dezembro, primeiro domingo do Advento, prazo estabelecido para que todas as comunidades católicas celebrem unidas a partir desta terceira edição do Missal Romano.
Reunião do Consep
A reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) acontece na sede da CNBB, dias 19 e 20, com a seguinte pauta: 3ª Edição Típica do Missal Romano, Campanha da Fraternidade 2025, convênios com Timor-Leste e Moçambique, Mês da Bíblia (2023 e 2024) – Carta aos Efésios, Comissão para o Jubileu da Esperança, Igreja Sinodal e Sínodo – outubro de 2023 e 2024, Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi e comunicações das Comissões Episcopais e articulação Pastoral da Moradia e Favela.
Matérial retirada do site da CNBB – Acesse aqui a matéria original | Fotos: Luiz Lopes – Ascom CNBB.