Na bela cidade de Ribeirão Pires, cortada pela linha de ferro que liga Santos a São Paulo, no ano de 1887 uniram-se cerca de quarenta famílias de colonos italianos contemplados na subdivisão das terras feitas pelo governo do Estado de São Paulo, com um pedido que na colônia pudesse construir e fundar uma capela dedicada a São José. Em 25 de agosto de 1891, Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, bispo de São Paulo, atendeu à representação do morador Firmino José Barbosa e concedeu licença para construção da capela.
Dois anos após a solicitação, a comissão de obras, composta por Manoel Catta Preta, Firmino Barbosa, Antonio Leite de Figueiredo e Claudino Pinto de Oliveira, encaminhou um documento ao Exmo. Revmo. Bispo da então Diocese de São Paulo, informando que a primeira capela de Ribeirão Pires estava pronta e apta para os ofícios religiosos.
A partir de 1898 as visitas dos padres do Orfanato Cristóvão Colombo do Ipiranga passaram a ser feitas, regularmente, aos domingos e dias festivos, pelo saudoso Pe. Faustino Consoni, que começou um bem-organizado serviço religioso. Assim, apareceu a presença dos Scalabrinianos nos primeiros registros da Paróquia de São Bernardo.
Quando os Scalabrinianos assumiram a direção da Paróquia de São Bernardo, em 17 de novembro de 1904, o Pe. Francisco Dolci, decidiu aumentar a primeira capela, para que pudessem atender melhor aos fiéis devotos. O Bispo Dom José de Camargo Barros emitiu uma provisão autorizando e organizando uma comissão para administrar as obras da capela. O documento é datado de 31 de janeiro de 1905.
Na época, a situação econômica era muito difícil para a população e para a comunidade católica de Ribeirão Pires. Os missionários Scalabrinianos vendo a situação, procuraram recursos fora da cidade. Chegaram até a recorrer ao Vaticano. Em 1908 estava pronta a nova capela de São José.
Entre os padres que mais se empenharam na tarefa de realizar a reforma da capela, podemos destacar o Padre João Rabaioli, que teve um pedido acolhido pelo Papa Pio X, enviando a quantia de 200 liras por seu secretário particular para a construção da igreja de Ribeirão Pires em 1904. Podemos destacar também o Padre Luiz Capra, arrecadando com devotos e gastando também do seu próprio bolso. As atividades empreendidas por Padre Capra estimularam Dom Duarte a transformar a capela em Paróquia de Ribeirão Pires no dia 21 de dezembro de 1911.
No dia 25 do mês de março do ano de 1912, tomou posse o primeiro Pároco, Padre Tarcísio Zanotti. Nesta época, o padre recebeu um sacerdote para o ajudar, Padre Francisco Navarro, que em 14 de setembro de 1913, tornou -se o novo pároco da Paróquia de Ribeirão Pires.
Em meados de 1913, os paroquianos tiveram a iniciativa de construir uma residência para que os párocos não precisassem se deslocar sempre para Ribeirão Pires. A construção da mesma se deu, ainda que pequena, em 1915 e no ano de 1917 as plantas para a ampliação da Igreja Matriz foram apresentadas. Muito se trabalhou nos anos seguintes, até que em 1924 a pintura externa da paróquia foi concluída.
No dia 7 de julho de 1928, foi nomeado Pároco de Ribeirão Pires, o padre Marcos Simoni, um dos veteranos da obra Scalabriniana em São Paulo, que permaneceu à frente da paróquia até 1941.A sua obra mais importante foi a fundação do Asilo Nerina Adelfa Ugliengo. O comendador Giovanni Ugliengo cedeu sua casa, onde passava férias, para alojar as freiras e iniciar o projeto de um externato. A escola foi confiada às freiras de São José no início de 1932.
Em 1941, a Paróquia de Ribeirão Pires, que incluía também a capela de Mauá, tinha o padre Luis Corso como pároco. A hoje Igreja Matriz Imaculada Conceição de Mauá, já contava com o vigário, Padre Antônio Negri, dedicando-se quase exclusivamente a ela. Porém, essa só foi desmembrada da Paróquia de Ribeirão Pires em 29 de junho de 1954.
A nova fachada da Matriz de Ribeirão Pires, foi inaugurada em dezembro de 1943, momento em que comemorava seu cinquentenário. Em março de 1945 foi inaugurada a nova casa paroquial e em 1947 inaugurou-se o salão paroquial. Em julho do mesmo ano foi lançado o alicerce para a nova igreja, no qual o Padre Fernando Sperzagni, levou adiante a construção da igreja, erguendo o paredão de pedra ao lado do estacionamento.
No ano de 1954 alguns acontecimentos importantes sucederam em nossa Paróquia e em Ribeirão Pires. No dia 19 de março, dia da Festa de São José, inaugurou-se a nova Matriz, com missa presidida por Dom Jorge Marcos de Oliveira, contando com a presença do Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta. Em junho, a capela de Mauá, hoje, Igreja Matriz Imaculada Conceição, foi desmembrada da Matriz de Ribeirão. Em 18 de julho de 1954 foi criada a Diocese de Santo André, que abrange até hoje as sete cidades do ABC Paulista. Já no dia 3 de outubro, a cidade de Ribeirão Pires adquiriu autonomia, desligando-se de Santo André, constituindo-se um novo município. Deste dia em diante a Paróquia passou a ser a única desta nova cidade.
Em 15 de agosto de 1958 celebrou-se o 25° aniversário da Fundação do Externato Nerina Adelfa Ugliengo e o Pároco Pe. Alcides Zanella anunciou a doação do terreno onde se encontrava o Asilo Nerina Adelfa Ugliengo.
No ano de 1976, uma nova fachada foi inaugurada, completa, com a construção dos três arcos abaixo do coro, onde hoje estão as portas frontais da igreja.
Outra mudança importante que constituiu nossa Paróquia como ela é hoje, foi a retirada do balaústres do altar em 1997. Os balaústres separavam a assembleia dos presbíteros, deixando nosso altar livre, amplo e acolhedor a todos os que podem presenciar as celebrações.
Falando de momentos mais atuais, em 21 de dezembro de 2011, a Paróquia São José celebrou com muita alegria o seu centenário, no qual as comemorações se encerraram na Festa de São José de 2012.
Desde então a Paróquia seguiu seu ritmo, através das datas do ano litúrgico, das festas, das pastorais, dos movimentos e da implantação dos planos diocesanos de pastoral. Foram inaugurados a nova secretaria paroquial, a sala do Santíssimo, a nova instalação elétrica, pintura interna e da fachada da igreja.
Em 15 de setembro de 2023, Dom Pedro Carlos Cipollini, Bispo da nossa Igreja Particular e Pe. Alexandre De Nardi Biolchi, cs, Superior Regional dos Scalabrinianos divulgaram em conjunto um comunicado abertos aos fiéis informando sobre o fim da presença Scalabriniana na Paróquia São José e o início do pastoreio diocesano. Como descrito nos trechos abaixo:
“Em conversa iniciada com o então Superior Regional dos Missionários de São Carlos, Scalabrinianos, entre nós chamados de Carlistas, o hoje Dom Algacir Munhak, CS, e o Bispo Diocesano de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, foi tratado, por iniciativa do Superior Regional, o plano de deixar a Paróquia São José para poderem vivenciar melhor o carisma próprio da Congregação, que naquele momento tinha sobre seus cuidados três paróquias na Diocese de Santo André.”
“Durante a visita canônica do Superior Geral, Pe. Leonir Mário Chiarello, CS, em conversa com o Bispo na Cúria Diocesana, ficou ratificada esta decisão da entrega da paróquia à Diocese, o que foi confirmado também na ocasião com o Superior Regional.”
A paróquia foi entregue no dia 05 de janeiro de 2024 em missa de ação de graças à presença scalabriniana celebrada pelo Pe. Pierre Dieucel, cs. No dia 06 de Janeiro, a igreja lotada, com a presença de em torno de mil pessoas, em missa celebrada por Dom Pedro Carlos Cipollini, Pe. Hamilton Gomes do Nascimento, que fora nomeado em 06 de dezembro de 2023, tomou posse como 34º pároco da Paróquia São José, iniciando oficialmente o pastoreio diocesano.
Todas essas e as futuras ações de nossa Matriz, visam levar o Evangelho de Cristo sempre a mais e mais pessoas, não só dentro das portas de nosso templo, mas também como uma igreja em saída, como nos pede o Papa Francisco.
“Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e me acolheste;” (Mateus 25:35)
Festa de São José
Festa do Migrante
Com o objetivo de lembrar a migração na cidade, em 6 de setembro de 1998, realizou-se a Primeira Romaria e Festa do Migrante no Centro Esportivo da Vila Gomes, comandada pelos seminaristas do Seminário João XXIII, tendo à frente o hoje, Pe. Irmani Paulo Borsatto.
Inicialmente, a romaria partia de um ponto da Rua Capitão José Gallo e em procissão seguia até o Ginásio do Centro Esportivo da Vila Gomes, onde se realizava a missa e depois degustação nas barracas, seguindo com apresentações de números musicais. Após alguns anos a festa foi transferida para o Complexo Ayrton Senna e a romaria partia da Praça da Bíblia indo até o Complexo, onde a festa continuava como de costume.
A festa, além de celebrar a migração, tem como objetivo entender, conhecer, acolher e respeitar todos os migrantes que moram em Ribeirão Pires e em seu entorno, assim como mostrar os usos e costumes, culinárias e danças dos povos que migraram para nossa região.
Como gesto concreto, a festa visa o auxílio de uma causa local ou mesmo nacional. Nesses anos de comemorações foram arrecadados fundos para construção de cisternas no Nordeste, construção da Casa de Acolhida de Crianças do Jd. Planteucal, aqui em Ribeirão Pires, auxílio para duas comunidades indígenas guaranis, entre outras ações.
Além das ações nos dias de festejos, a Festa do Migrante fomentou na Paróquia a criação da Pastoral do Migrante, que realiza trabalhos de acolhida e orientações aqueles que estão fora de suas origens. Estimulou também a participação e a importância do plebiscito sobre o desarmamento e ainda no auxílio à Casa de Acolhida que existia em nossa cidade.